Brasil
Novo ministro da Saúde: conheça Nelson Teich, substituto de Mandetta
Nelson Luiz Sperle Teich já presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integras (COI)
Da Redação do Diamante Online
17/04/2020 às 11:43 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21
Formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e especialistas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o novo ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Nelson Teich, que substitui o demitido Luiz Henrique Mandetta, mantém boas relações com empresários do setor da saúde e tem apoio da classe médica. Atualmente, sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos, ele assume o cargo em meio à crise da pandemia do coronavírus e debates calorosos entre a pasta da Saúde e o chefe de Estado.
Nelson Luiz Sperle Teich já presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integras (COI) entre 1990 e 2018 e foi consultor da área da saúde na campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018. Ele chegou até a ser cotado como Ministro da Saúde à época.
O oncologista que será empossado no lugar de Mandetta já escreveu artigos em que defende o isolamento horizontal e aponta fragilidades do isolamento vertical - modelo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Nelson elogiou a atuação do agora antecessor e disse, em pronunciamento nesta quinta-feira, que não haverá mudança bruscas e defende conciliar saúde e emprego.
Nelson Teich: novo ministro da Saúde e a defesa do modelo atual
Em três artigos publicados na plataforma LinkedIn nos dias 18 de março, 24 de março e um 3 de abril, Teich abordou especificamente a questão da pandemia do coronavírus. No primeiro, o médico faz uma defesa da telemedicina. É nesse artigo inicial em que consta o elogio à atuação do Mandetta frente à crise.
"Impossível falar sobre o problema da Covid-19 no Brasil e não comentar a atuação brilhante do ministro Luiz Henrique Mandetta. Excepcional condução, tranquilidade, equilíbrio, eficiência e enorme capacidade de comunicar de forma clara com a sociedade", escreveu.
No segundo artigo, ele defende a necessidade de se conseguir o máximo de informações possível sobre a doença, para "rever diariamente a realidade, os cenários, as projeções e as ações". Esse segundo texto traz as ideias mais alinhadas às que Bolsonaro têm defendido publicamente, incluindo a necessidade de projeções sobre o coronavírus levarem em consideração "o impacto de uma crise econômica nos níveis de saúde e mortalidade da população".
Sobre a necessidade de se olhar a crise pelo aspecto econômico ou da saúde, ele afirmou: "Não me coloco aqui como alguém que defende um lado ou outro, na verdade é o oposto, não pode existir lado".
Em seu texto mais recente sobre o tema, ele se coloca explicitamente em favor da adoção do isolamento horizontal, "onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento". O médico ainda aponta fragilidades do isolamento vertical, defendido pelo presidente, em que apenas pessoas de grupos de risco ficam em casa.
"Sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem à partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa", explicou. "O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente. Vamos falar sobre isso mais à frente", prometeu.
Nelson Teich: o novo ministro da Saúde e o uso da cloroquina
Ainda nos textos publicados em seu LinkedIN, Nelson Teich classificou a cloroquina como esperança no tratamento da Covid-19, mas não se posicionou sobre a forma como o medicamento deve ser usado. Em 2016, ao site Medscape, ele havia criticado a liberação da venda da fosfoetanolamina, que ficou conhecida como "pílula do câncer", mas disse que o uso de substâncias sem eficácia comprovada é direito do paciente.
Agência Estado
Tópicos
Mais Notícias em Brasil
Rio Grande do Sul
Governo do Rio Grande do Sul não confirma suposta doação milionária de Madonna
Segundo colunista, artista teria enviado R$ 10 milhões ao estado.
08/05/2024