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Brasil

Vereador é investigado por homofobia contra governador do Rio Grande do Sul

Uma representação contra o vereador foi enviada para a Comissão de Ética da Casa de Leis, que investigará o caso.

Por Redação

21/05/2024 às 07:22 | Atualizado em 23/05/2024 às 08:33

Declaração foi feita em discurso na Câmara de Vereadores de Dourados. - Reprodução

Declaração foi feita em discurso na Câmara de Vereadores de Dourados. (Foto: Reprodução)

O vereador do município de Dourados (MS), Sérgio Nogueira (PP), criticou a atuação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), na tragédia climática que afetou mais de dois milhões de pessoas no estado. 

Nesta segunda-feira (20), o vereador Diogo Castilho (PSDB) enviou uma representação contra o Sérgio Nogueira para a Comissão de Ética da Casa de Leis, que investigará se o parlamentar infringiu o Código de Ética.

Em seu discurso, na semana dedicada ao combate contra a LGBTfobia, Sérgio Nogueira afirmou que o governador gaúcho estaria mais preocupado com seu “primeiro-damo” do que com as vítimas das enchentes.

“Grande governador, o senhor não receberá um pix meu. Posso mandar para os gaúchos sérios, mas para o senhor não. O senhor está preocupado com o seu primeiro-damo no seu governo”, declarou Nogueira, no plenário da Câmara, onde as sessões são gravadas.

"Meu irmão faz parte desse movimento e eu pensei, como vamos lutar por uma sociedade justa, se a gente não tem igualdade entre as partes?! Então, eu gostaria de trazer nesse momento que todo cidadão é igual e merece ser respeitado", relatou Diogo Castilho.

Os temporais no Rio Grande no Sul mataram 154 pessoas entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio. Conforme a Defesa Civil, 104 pessoas estão desaparecidas. São 617 mil pessoas fora de casa. Deste total, 540,1 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 77,2 mil foram acolhidos em abrigos.

Ainda em sua fala, Sérgio Nogueira criticou a quantidade de recursos investidos em projetos de prevenção de desastres climáticos. O discurso repercutiu nas redes sociais e gerou uma série de críticas ao parlamentar.

Questionado pela reportagem, o vereador disse que a fala não foi homofóbica e que "cada um tem o direito de ter sua opção sexual e que respeita a todos". Segundo ele, o seu discurso teve como único objetivo abordar a situação política, as vítimas e as vidas perdidas no Rio Grande do Sul, e que em nenhuma hipótese a fala teve intenção homofóbica.

O Código de Ética prevê sanções em caso de descumprimento de um de seus incisos. Em caso de abertura de procedimento, as penalidades previstas no Código de Ética vão de uma simples advertência até a cassação do mandato.

Histórico polêmico

Em setembro de 2014, o mesmo vereador foi alvo de críticas após sugerir que homossexuais fossem colocados em uma ilha por 50 anos. O discurso foi feito em uma sessão da Câmara Municipal de Dourados.

No discurso, de cerca de cinco minutos, o parlamentar relata que recebeu um convite para palestras sobre orientação sexual nas escolas e afirma que se preocupa com o rumo das palestras que serão proferidas.

"Eu respeito quem quiser fazer o que quiser do seu corpo, pode, pode fazer o que quiser, mas não venha me dizer que isso é normal e que a sociedade precisa agir assim. Basta colocar as pessoas que pensam dessa forma numa ilha. Coloca numa ilha. Deixa lá quem quer viver a sua homossexualidade, lá numa ilha 50 anos. Coloca duas ilhas, duas ilhas, 50 anos. Daqui 50 anos não tem mais ninguém. Por quê? Porque a família é constituída de pai, mãe; macho, fêmea; homem, mulher; e daí vêm os filhos".

A frase polêmica foi feita após questionamentos do parlamentar sobre uma cartilha do Ministério da Educação com informações sobre orientação sexual para as escolas do município.

G1

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