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Empresário diz que não contrata "esquerdistas" e causa polêmica: "esquerda é nazista e antissemita"
Tallis mediava uma discussão sobre “o futuro do varejo”, mas quem presenciou as falas ouviu um discurso político.
Por Redação
12/07/2024 às 17:59 | Atualizado em 12/07/2024 às 18:01
O empresário que polemizou ao dizer que não contrata “esquerdista”, porque “não trabalha duro” já afirmou que a esquerda é nazista. Tallis Gomes, fundador e mentor da G4 Educação, promovia uma discussão sobre empreendedorismo quando deu outras declarações políticas para donos de negócios.
O evento aconteceu em março deste ano, promovido pela G4. Tallis mediava uma discussão sobre “o futuro do varejo”, mas quem presenciou as falas ouviu um discurso político.
“Desde que a gente teve aquele ato de terrorismo ali em Israel, por conta do Hamas, a gente teve uma postura do governo federal e da esquerda extremamente antissemita, agindo literalmente contra quem eles falaram que eles são contra, que é o nazismo. São nazistas, quando eles apoiam o que Hamas fez contra Israel. Se você é contra o Estado de Israel, você é antissemita. O antissemitismo é a base do nazismo, a gente pode afirmar que a esquerda é nazista”, afirmou Tallis.
O empresário ainda defendeu que os donos de empresa levem as suas informações para dentro dos negócios quando há discussões sobre “pautas complexas”, assumindo, assim, a “responsabilidade de uma construção de uma cultura da companhia”.
“Muitas pessoas reclamam para mim, falam: ‘Tallis, mas eu venho aqui, eu tenho problema de home office, que o povo não aceita trabalhar lá no escritório, mandei voltar para o escritório, o pessoal não quer voltar’. Mas e aí? Você vai deixar assim? Retoma a autoridade da sua empresa, porra”, disse o empresário.
Em posts no Instagram da G4, a firma orienta, por exemplo, que empresários “destruam a democracia” dentro dos empreendimentos. “Quando todos têm a mesma voz, do estagiário ao CEO, eles sempre escolherão o caminho mais fácil. É necessária uma liderança monárquica para puxar metas agressivas, trabalho duro e deixar o time constantemente na zona de desconforto.
A G4 foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se manifestar.
MPT investiga
O Ministério Público do Trabalho (MPT) investiga em diferentes denúncias a G4 Educação, como relatos de assédio moral e jornada exaustiva. As denúncias são apensadas por temas dentro do MPT, em processos distintos.
Tallis Gomes confessou, em podcast, jornadas exaustivas na empresa, além de dizer que “esquerdista é mimizento” e “não trabalha duro” (veja o vídeo abaixo).
O empresário se classifica como um “especialista em gestão” que apoia gestores para “transformar a realidade cultural e socioeconômica do país” pela “educação empreendedora”. No podcast, o CEO da G4 Educação criticou esquerdistas, avaliou que o home office “não funciona” e elogiou quem fica “até uma hora da manhã trabalhando”.
Em um site de emprego que divulga vagas e feedbacks sobre negócios, há comentários sobre a G4 como “ambiente tóxico”, “não existe espaço para crescer sem politicagem”, “romantização da carga excessiva de trabalho” e até “fui demitido pós-burnout”, nome de uma doença de caráter depressivo causada pelo esgotamento profissional.
Metrópoles
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