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Brasil

Trabalhador é ameaçado após foto com colega repercutir com falsa acusação de que seriam assaltantes disfarçados

Técnico e auxiliar operacional registraram boletins de ocorrência pelos crimes de calúnia, difamação e ameaça em Santos (SP). Um deles foi abordado por um grupo durante o trabalho.

Por Redação

01/10/2024 às 14:28 | Atualizado em 02/10/2024 às 11:50

Foto de trabalhadores repercute com informação falsa de que seriam assaltantes disfarçados em Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

O funcionário de uma empresa de energia elétrica foi ameaçado por um grupo de pessoas durante o trabalho em Santos, no litoral de São Paulo. O caso aconteceu após uma foto dele com um colega de trabalho repercutir nas redes sociais com uma falsa acusação de seriam assaltantes disfarçados.

O técnico André Vergara Furtado, de 34 anos, e o auxiliar operacional Robson Périco Cardoso, de 35, são funcionários da empresa Energia Ativa, que presta serviços para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Eles registraram dois boletins de ocorrência pelos crimes de calúnia, difamação e ameaça no 2º DP da cidade.

Informação falsa

A foto dos trabalhadores foi feita pela câmera de monitoramento de uma casa no bairro Marapé, no último dia 24 de setembro. De acordo com o boletim de ocorrência, eles foram atendidos por uma mulher e, em seguida, um idoso acompanhou a troca dos medidores de energia elétrica da residência.

No dia seguinte, ainda segundo o registro policial, os funcionários viram que uma foto deles estava circulando nas redes sociais com o seguinte texto: "Esses cara se apresentam como marcador de água ou luz e fazem o assalto. Está pelo Marapé. Fiquem espertos" (sic).

André e Robson voltaram na casa onde realizaram o serviço e acionaram a Polícia Militar (PM). Conforme relatado no BO, a moradora confirmou que enviou a foto no grupo de moradores do bairro em um aplicativo de mensagens.

A mulher disse que escreveu apenas que a CPFL não tinha confirmado ter uma ordem de serviço para a troca dos medidores. Ela afirmou que alguém alterou a legenda e passou a divulgar a imagem dizendo que os trabalhadores eram ladrões.

Neste momento, o primeiro boletim de ocorrência por calúnia e difamação foi registrado no 2º DP pelas vítimas.

Funcionários de empresa de energia elétrica durante trabalho em Santos (SP) — Foto: Redes Sociais

Acusações

Depois de registrarem o primeiro BO, os profissionais continuaram os trabalhos e foram realizar uma inspeção em um medidor de energia elétrica na última quinta-feira (26), no mesmo bairro. Quando Robson foi ao carro para buscar um documento empresa, ele foi surpreendido por aproximadamente sete pessoas.

Durante a abordagem do grupo, o profissional contou que alguns se apresentaram como trabalhadores de um estabelecimento do bairro, enquanto outros o chamaram de ladrão, que estaria usando um uniforme da empresa de energia elétrica para roubar casas.

Ainda de acordo com Robson, um dos homens disse que era "do crime" e iria levá-lo "para as ideias". Na sequência, uma pessoa se identificou como policial e mostrou uma arma na cintura.

O profissional relatou em depoimento ter sido colocado contra a parede, pelo suposto policial, e que só foi liberado após mostrar o crachá da empresa. A PM chegou no local e os envolvidos se dispersaram.

Aos policias, Robson afirmou acreditar que a confusão foi motivada pela foto com as informações falsas. Um segundo boletim de ocorrência por ameaça foi registrado no 2º DP.

O que diz a empresa?

Em uma nota publicada no site da Energia Ativa, o gerente técnico comercial Valdemar Scheibner Junior afirmou que os homens são colaboradores registrados da empresa, que presta serviços para CPFL. Ele destacou que são falsas as acusações de que eles seriam assaltantes.

"Nossos colaboradores são devidamente identificados por crachás e são orientado a portá-los visivelmente durante todo o expediente. Reiteremos que se trata de uma informação falsa", afirmou Valdemar, por nota.

O gerente pediu, ainda, que suspeitas ou denúncias sejam feitas diretamente para empresa ou autoridades competentes. Desta forma, as informações podem ser devidamente apuradas.

O g1 não localizou a moradora que fez a captura de tela da câmera de monitoramento e enviou no grupo de moradores do bairro em um aplicativo de mensagens.

G1

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