Brasil
Jovens denunciam amigo por criar falsos nudes com IA e divulgar imagens em site de pornografia
Suspeito tem 18 anos e confessou que manipulou imagens para criar 'deep nudes'. Ele prestou depoimento na delegacia e depois foi liberado. A Polícia Civil investiga o caso.
Por Redação
15/01/2025 às 14:45
Mensagens por direct no Instagram alertaram um grupo de amigas que elas estavam sendo expostas em sites pornográficos. Assustadas, elas se perguntaram quem poderia estar manipulando imagens divulgadas por elas nas redes sociais e sem qualquer conotação sexual. A resposta, no entanto, foi mais surpreendente ainda: um amigo próximo.
As jovens foram vítimas do chamado "deep nudes" (ou deep fake), manipulações de fotos e vídeos por Inteligência Artificial (IA) para produzir conteúdo erótico. O amigo, de 18 anos, confessou tudo. Ele manipulava fotos e as divulgava há quase dois anos na internet.
"Me senti enganada por uma pessoa que eu tinha confiança. Estudei na mesma sala que ele, convivi muito com ele. Era uma pessoa que eu tinha confiança, me senti apunhalada pelas costas", disse uma das vítimas.
Somente em 2023, circularam pela internet quase 100 mil vídeos falsos, onde 99% das vítimas eram mulheres. A deep nudes permite alterar um vídeo, imagem ou áudio por meio de inteligência artificial. Os softwares conseguem "remover" a roupa da foto e simular as partes íntimas.
foi com a ajuda da IA que o até então amigo das vítimas conseguiu transformar registros simples do dia a dia em conteúdos eróticos para sites de pornografia. Outra vítima conta que o suspeito se aproveitava da proximidade para colher fotos nas redes sociais.
"Ele pegava as nossos fotos de perfil e o que postávamos no WhatsApp. Eram fotos onde estávamos no trabalho, na igreja, não necessariamente fotos de biquíni. Ele colocava seios, vaginas e ainda identificava a gente nas fotos, quando os homens perguntavam ele passava o nosso Instagram".
E foi assim que as vítimas ficaram sabendo que tiveram fotos manipuladas. Uma das vítimas divulgou prints da conversa com um seguidor no Instagram, onde ele alertava ela sobre fotos "vazadas".
As garotas se reuniram e tentaram chegar ao responsável pela manipulação das fotos. Logo, um amigo em comum foi apontado como o principal suspeito.
"A gente chamou ele para conversar. Não agredimos ele, apenas perguntamos se tinha sido ele ou não, já que não tínhamos prova. Ele já disse que sim, disse que tinha feito as montagens".
O caso está sendo investigado pelo 8° Distrito Policial e conta com o apoio da Delegacia de Crimes Cibernéticos. Expor e registrar imagens íntimas sem autorização é crime previsto no Código Penal.
"A Polícia Civil vem acompanhando as denúncias. Queremos garantir para as vítimas que tiveram as suas imagens postadas que vamos trabalhar com rigor. Tudo vai ser apurado", disse o delegado Sidney Tenório, que é diretor da Delegacia de Crimes Cibernéticos em Alagoas.
G1 AL e TV Gazeta
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