Clima
244 cidades brasileiras tem umidade igual à do deserto do Saara
País enfrenta seca histórica e onda de calor.
Por Redação
04/09/2024 às 17:04 | Atualizado em 27/11/2024 às 00:52
Um seca histórica, um calor intenso. O Brasil está passando por um período extremo no que diz respeito ao clima e chegou a ser mencionado por especialistas em debates sobre qual é o país mais quente do mundo nesta semana. Para se ter uma ideia, ao menos 244 cidades brasileiras registraram, na última terça-feira (3), um nível de umidade relativa do ar menor ou semelhante ao do deserto do Saara.
Para compreendermos esse fenômeno, é necessário primeiro saber que a umidade relativa do ar, em termos simplificados, é a medida de quanto vapor de água existe no ar em comparação com a quantidade máxima que o ar poderia conter em determinada temperatura. Isso significa que, caso a umidade relativa esteja em 50%, o ar está contendo metade da quantidade total de umidade que poderia ter sob a temperatura em que se encontra.
No deserto do Saara, a umidade relativa do ar varia entre 14% e 20%. De acordo com dados impressionantes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), 224 cidades brasileiras tiveram níveis de umidade similares ou menores que esses nesta terça, e os índices podem piorar nesta quarta (4). Os dados ainda apontaram que dez cidades do nosso país chegaram a apenas 7% de umidade, se aproximando do clima do deserto do Atacama, que tem 5% e é considerado o mais seco do mundo.
De acordo com informações do portal G1, esse clima extremo se deve a três fatores combinados. Um deles é que estamos vivendo a maior seca da história do Brasil. Em algumas cidades, há mais de cem dias sem chuva. Além disso, o mês de setembro chegou trazendo uma forte onda de calor. Para completar, há um bloqueio atmosférico que está impedindo a movimentação normal dos ventos e das frentes frias, o que faz com que o tempo não mude, permanecendo o mesmo por mais tempo.
Os estados com o menor nível de umidade e que estão em alerta vermelho conforme o Inmet são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal. Nesses lugares, a umidade deve ficar abaixo dos 12%. O restante do país se encontra em alerta amarelo, com níveis de umidade estimados em cerca de 30%, índice que também está longe de ser saudável.
Segundo entidades de saúde, o ideal para a saúde dos seres humanos seria que a umidade se mantivesse entre 40% e 70%. Para se proteger de problemas respiratórios e outros sintomas quando o tempo estiver seco, é importante beber bastante água, evitar bebida alcoólica, lavar os olhos e o nariz com soro fisiológico e considerar comprar um umidificador de ar. Caso não seja possível, colocar uma bacia com água no ambiente ajuda a atenuar os efeitos nocivos do ar seco.
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