La Niña pode se formar em janeiro e durar até março, apontam previsões atualizadas

A formação do fenômeno La Niña, inicialmente prevista para o final de 2024, pode ocorrer em janeiro de 2025, segundo estimativas da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A probabilidade de sua formação até janeiro é de 59%, conforme a NOAA, enquanto o Inmet, baseado em modelos do APEC Climate Center, aponta 60% de chance de ocorrência no primeiro trimestre de 2025.

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Apesar das águas do Pacífico apresentarem temperaturas abaixo do limiar do La Niña, o fenômeno ainda não foi confirmado. Para Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o cenário deve se consolidar nas próximas semanas:

— Atualmente, temos águas mais frias no Oceano Pacífico, mas o La Niña só será confirmado se essa condição persistir por semanas consecutivas, algo esperado para janeiro.

Entretanto, o atraso na configuração e fatores como circulação dos ventos levantam dúvidas sobre a formação. Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, explica que a variabilidade dos ventos e a mistura das camadas oceânicas podem ter dificultado o início do fenômeno.

— Para confirmar o La Niña, é necessário um período de três meses consecutivos com temperaturas do Pacífico 0,5°C abaixo da média. A oscilação dessa temperatura até agora não permitiu essa caracterização.

Caso se forme, o La Niña deverá ser de curta duração, possivelmente até março, início do outono. Contudo, Borges avalia que o período de neutralidade pode se estender, evitando os impactos negativos que o fenômeno geralmente traz ao Rio Grande do Sul, como chuvas irregulares e temperaturas elevadas.

— Um cenário de neutralidade seria mais favorável, já que o La Niña costuma agravar períodos de seca e calor intenso na região — conclui.