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Educação

Revisão global para o Enem: aprenda técnica com boaventurense aprovada em medicina que estudou em casa com livros doados

Filha de gari e vigia Angélica Oton, de 20 anos, foi aprovada para o curso de Medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Por Redação

14/09/2024 às 10:51 | Atualizado em 16/10/2024 às 17:52

Angélica Oton Foto: Arquivo pessoal

A jornada de estudos de Angélica Oton foi difícil e intensa, mas a fez chegar à realização de um sonho profissional: a aprovação no curso de medicina. Durante três anos, ela estudou em casa com livros doados e outros materiais gratuitos. Para quem está na jornada de estudos para o Enem, a jovem dá dicas de como aplicar a técnica de revisão global.

“Você vai lembrar em novembro o que estudou em fevereiro”, garante a futura médica, de 20 anos, que mora em Boa Ventura no Vale do Piancó, Sertão da Paraíba.

Esse método, segundo a fera em medicina, é feito para que o estudante revise cada assunto que já viu em determinada disciplina.

A estratégia de Angélica segue o seguinte passo a passo:

O estudante deve escolher um dia da semana para fazer a revisão, como o sábado, por exemplo, que é o último dia da semana;

Depois, o candidato precisa conferir os assuntos que foram estudados até o momento o momento da revisão;

Em seguida, o participante fará uma lista de questões variadas (com todos os assuntos estudados) na quantidade que achar adequada;

As questões devem ser resolvidas em uma determinada quantidade de tempo. O ideal é que essa simulação siga o mesmo período que o Enem oficial;

Por último, o estudante deve focar na correção das questões e avaliar erros e acertos para continuar os estudos.

Segundo a estudante, esses cinco passos são capazes de ficar uma memória ativa até o dia da prova.

Espaço onde Angélica Oton, aprovada em Medicina, estudou em casa por dois anos — Foto: Angélica Oton/Arquivo pessoal

Revisões fixam conteúdos

As revisões são o caminho para a fixação de conteúdos, segundo Angélica. A técnica que mais a ajudou foi a resolução de questões e a criação de resumos.

Outro elemento que funcionou muito bem foi o estímulo visual. A jovem colava post its, que são pequenos recados em papel colorido e colante, na parede. Com o mais importante à vista, no ambiente de estudos, sempre era momento para lembrar algo fundamental, como fórmulas e conceitos.

Angélica Oton e os pais comemorando a aprovação dela em Medicina na UFPB — Foto: Angélica Oton/Arquivo pessoal

Dos estudos à aprovação: conheça a história de Angélica

Todos os dias na volta do trabalho exaustivo de gari, Maria do Rosário comprava uma borracha. Em casa, ela apagava todas as respostas escritas pelo antigo dono dos livros doados para a filha, Angélica Oton. Assim, a jovem construía novas repostas e estudava para o Enem.

Quando terminou o ensino médio, a aprovação não veio na primeira tentativa. Nem na segunda. Na terceira, todo o esforço de Angélica e da família dela foram recompensados. Só que até isso acontecer, foram dias e mais dias de estudos. Em alguns deles, ela chegou a passar até 11 horas na frente dos livros, apostilas e provas.

“Todos os dias não eram iguais. Estudava até 11 horas, mas variava. Teve dia que de tão cansada estudei 40 minutos. Mas no meu plano de estudos, devia fechar as 10 horas por dia”, explicou.

Como os cursinhos eram caros, os livros e apostilas recebidos por meio de doação se tornaram a principal estratégia de estudos de Angélica, que se identifica com dedicação à teoria.

As aulas eram acompanhadas pelo Youtube. Além da teoria, ainda houve espaço para a prática com a resolução de questões, produção de resumos e revisões semanais.

A aprovação para medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi motivo de felicidade para a família.

“Fiquei muito feliz quando eu vi o meu nome. Deu uma sensação de alívio e de dever cumprido. Corri e abracei meu pai. Corri e abracei minha mãe. Os vizinhos chegando. Todo mundo tava torcendo por isso, e a gente ficou muito feliz”, lembrou.

G1

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