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Mortos por explosão no Líbano chegam a 135, diz Ministério da Saúde
Centenas de pessoas estão desaparecidas e cerca de 300 mil estão desabrigadas.
Da Redação do Diamante Online
05/08/2020 às 18:22 | Atualizado em 19/04/2024 às 12:00
Equipes de resgate do Líbano seguem, nesta quarta-feira (5), vasculhando os escombros em busca de sobreviventes da grande explosão que destruiu ontem parte da capital Beirute. Ao menos 135 pessoas morreram, mais de 5 mil ficaram feridas, centenas estão desaparecidas e cerca de 300 mil estão desabrigadas, segundo o Ministério da Saúde do país.
Nesta tarde, as autoridades locais decretaram estado de emergência em Beirute por duas semanas, anunciou o ministro da Informação, Manal Abdel Samad Najd, destacando que o período pode ser ampliado.
A ministra de Pessoas Deslocadas, Ghada Shreim, afirmou que o gabinete libanês ordenou que os funcionários públicos envolvidos na explosão sejam colocados em prisão domiciliar "nos próximos dias".
"Há funcionários que ficarão em suas casas nos próximos dias, até a conclusão da investigação e divulgação das conclusões. A prisão domiciliar incluirá aqueles que tiveram participação no armazenamento, proteção e investigação do hangar 12 de 2014 até hoje", explicou Shreim.
Dia seguinte à tragédia
Líderes mundiais e organizações internacionais se unem para oferecer ajuda, e autoridades locais deram início a uma investigação sobre o caso. Nesta manhã, equipes focaram em tratar os feridos, buscar sobreviventes e mensurar a extensão dos danos.
O número de vítimas ainda deve aumentar ao longo do dia, disse o ministro da Saúde do país, Hamad Hassan, em entrevista a uma emissora local.
“Há muitos desaparecidos. As pessoas estão perguntando no departamento de emergências sobre seus parentes, e é difícil realizar as buscas durante a noite porque não há eletricidade. Estamos enfrentando uma catástrofe real e precisamos de tempo para calcular a extensão dos danos”, afirmou ele.
Segundo o presidente Michel Aoun, 2.750 toneladas de nitrato de amônio — substância usada em fertilizantes —, estavam armazenadas há seis anos no porto, sem medidas de segurança, o que pode ter causado o acidente. Ainda assim, até o momento, as autoridades não confirmaram oficialmente o que desencadeou a explosão.
"É como uma zona de guerra. Estou sem palavras", disse o prefeito de Beirute, Jamal Itani, ao inspecionar os danos. "É uma catástrofe para Beirute e o Líbano."
O ministro Hassan ressaltou que o país vive agora duas grandes crises: os estragos causados pela explosão e a pandemia do novo coronavírus. "É preciso que todos se engajem positivamente, de políticos, partidos políticos, autoridades a nações amigas e parceiras, porque sofremos com a falta de leitos e de equipamentos para ajudar os feridos e aqueles em condições críticas."
Estragos de bilhões de dólares
A explosão foi registrada às 18h07 (12h07 em Brasília) perto do porto de Beirute e do centro da cidade, próximo a muitas áreas populosas e turísticas, e causou estragos em toda a região, virando carros, quebrando vidros e destruindo casas.
Os danos chegaram a até 10 km do epicentro, segundo testemunhas. A explosão foi sentida até no Chipre, país localizado a 240 km de Beirute, e registrada como um terremoto de 3,3 graus de magnitude.
Segundo o governador de Beirute, Marwan Abboud, estima-se que os prejuízos causados pela explosão estejam entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões. "Quase metade de Beirute está destruída ou danificada", afirmou ele.
Além disso, cerca de 90% dos hotéis da capital libanesa sofreram danos, informou a agência de notícias estatal NNA.
Moradores descrevem a cidade hoje como semelhante a uma zona de guerra, e tentam superar as cenas vistas no dia anterior.
"Havia muitos mortos na rua, sirenes das ambulâncias, feridos desorientados, casas e prédios destruídos. Vi cadáveres na rua e tinha que esconder o rosto para não chorar, mas chorei por todo o caminho até em casa", disse a guia turística Nada Nammour.
"Estávamos em casa, não tínhamos saído ainda, estávamos em pé e a terra tremeu. Achamos que era um terremoto", contou Mohammed Al-Hassan, que mora no distrito de Dora.
CNN Brasil
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