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Pessoas muito parecidas e sem nenhum parentesco têm genes em ordem quase igual, diz a ciência

Além de desvendar o mistério por trás dos sósias, entender como os genes do nosso rosto são organizados também pode abrir portas para novas descobertas científicas.

Por Redação

02/10/2024 às 14:31 | Atualizado em 24/11/2024 às 08:26

Foto: Fraçois Brunelle

Ter um irmão gêmeo idêntico é passar a vida dividindo a aparência com alguém, se acostumar a ser confundido e, às vezes até tirar vantagem disso, Repórter. Mas tem gente que pega carona nessa semelhança dos gêmeos, mesmo sem ter parentesco algum.

No subúrbio de Londres, no Reino Unido, por exemplo, vive a senhora Mary Reynolds, sósia da Rainha Elizabeth há 34 anos. Ela já apareceu em diversos comerciais e filmes. Mary e a Rainha Elizabeth não são irmãs gêmeas. Elas nunca sequer se conheceram.

A resposta da ciência para casos de pessoas que nascem separadas e são muito parecidas está no DNA.

Um estudo feito na Espanha trouxe descobriu que pessoas sem nenhum parentesco podem ter sequências genéticas parecidas. Ou seja, na forma como o DNA é organizado.

“São genes responsáveis pelo formato do nariz, da orelha, do queixo, dos lábios”, explica Manel Esteller, geneticista.

Mary e a Rainha Elizabeth são parecidas porque os genes que determinam a aparência delas está numa ordem quase igual. E isso acontece de forma totalmente aleatória.

“É quase como acertar na loteria. Mas como hoje somos tantas pessoas no planeta (mais de 8 bilhões de pessoas), a probabilidade de haver essas similaridades aumentam. E com a internet, fica ainda mais fácil achar esses sósias”, diz o geneticista.

Hoje em dia existem vários sites e aplicativos que permitem que as pessoas mandem uma foto e procurem quem é a pessoa que mais se parece com elas.

Além de desvendar o mistério por trás dos sósias, entender como os genes do nosso rosto são organizados também pode abrir portas para novas descobertas científicas.

O geneticista Manel Esteller afirma que, no futuro, talvez seja possível diagnosticar doenças genéticas apenas analisando os traços do rosto do paciente. “Seria algo parecido com o que antigamente se fazia ao olhar uma pessoa e dizer: está com os olhos amarelos? Isso é o fígado. Só que muito mais complexo e de uma forma que possa ajudar a tratar mais precocemente certas doenças. Outra consequência para o futuro é que um dia vamos poder reconstruir o rosto de alguém apenas pelo seu DNA. Isso pode ajudar, por exemplo, a solucionar crimes e encontrar pessoas desaparecidas”, diz o geneticista.

Globo Repórter

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