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25 de abril 'Dia do Corno'; saiba detalhes da data inusitada

Praticantes revelam como o fetiche ganhou espaço nas plataformas digitais e virou até fonte de renda.

Por Redação

25/04/2025 às 11:02 | Atualizado em 25/04/2025 às 11:07

Celebrado em 25 de abril, o inusitado Dia do Corno deixou de ser apenas motivo de memes ou piadas para se tornar uma oportunidade de debate sobre um dos fetiches que mais crescem no universo adulto digital: o cuckold. A fantasia, que envolve o prazer de ver ou imaginar o(a) parceiro(a) se relacionando com outra pessoa, tem ganhado força em plataformas como o Camera Prive – líder do camming na América Latina –, onde cammodels e usuários se conectam para vivenciar essa experiência de maneira consensual, segura e, muitas vezes, divertida.

"O fetiche cuckold é aquele jogo onde a esposa se entrega pra outro homem — geralmente mais dominante, mais seguro, mais intenso — enquanto o parceiro sente prazer em ver ou saber que ela está sendo bem tratada… na cama", explica Malvo, camboy da plataforma. "É uma mistura de submissão, desejo e confiança", acrescenta.

A demanda por esse tipo de interação é crescente, especialmente entre casais que buscam uma nova dinâmica para o prazer. "Recebo muitos pedidos. Muitos casais — e principalmente os maridos — vêm atrás dessa experiência porque querem ver a mulher sendo realmente desejada", relata Malvo. "Eles buscam alguém que saiba dominar, conduzir, sem pressa, mas com firmeza", destaca.

A pluralidade de abordagens e perfis também chama atenção. Para Black Queen, cammodel experiente, o camming é uma porta de entrada para quem deseja explorar o fetiche com segurança e descrição. "Sabem que é um lugar seguro, onde o respeito e a discrição estão sempre presentes. Muitos desenvolvem essa curiosidade a partir de um post, um vídeo ou espiando um chat", pontua.

A praticante Abyzou Lux compartilha da mesma visão. "O Cuckold nada mais é do que aquele cara camarada, que se satisfaz compartilhando o que tem – ou seja, sua companheira. Ele se sente feliz e realizado por completo ao vivenciar de diferentes formas a sua companheira interagindo com outros homens. Se todos estão felizes, façam!", afirma.

A plataforma também registra diferentes perfis de fantasias: desde encenações com tom de humilhação, voyeurismo silencioso ou interações com leveza e humor. "Já tive um cliente que apareceu com uma máscara realista de boi na live. Ele curtia ser chamado de gado durante o roleplay. Me tirou boas risadas", lembra Black Queen.

A profissional Jhenny Domme reforça que cada sessão é única e que o equilíbrio entre provocação, fantasia e respeito é essencial: "Muitos gostam de um tom provocativo e divertido. O segredo é entender o perfil do cliente e adaptar a abordagem, sempre respeitando os limites e o consenso."

O fetiche cuckold também revela muito sobre as inseguranças e os desejos no ambiente digital. "Tem muito homem que, no dia a dia, é cheio de controle, de ego… mas quando entra numa live, quer justamente o oposto: ver a mulher sendo desejada por outro, se sentir pequeno, vulnerável, excitado com a entrega dela", analisa Malvo. "A internet oferece o espaço perfeito pra isso: anonimato, liberdade, e a chance de viver fantasias que, no mundo real, talvez nunca teriam coragem de explorar", reflete.

Ainda cercado de estigmas, o fetiche começa a ganhar mais espaço e aceitação. "Alguns acham que a ideia do cuckold é ser enganado ou trocado. Quando, na real, é o oposto: tudo é consensual. E quanto mais falamos sobre, mais quebramos esses preconceitos", observa Black Queen.

Como afirma Nath, outra modelo do Camera Prive que possui um perfil junto do seu marido intitulado como 'Corno da Nath', "o digital remove o medo do julgamento e conecta pessoas com os mesmos desejos, o que transforma uma fantasia íntima em algo muito mais acessível, excitante e real".

Lari Hot Wife, outra que tem faturado explorando o fetiche do cuckold nas plataformas digitais, conta sobre o prazer dos usuários com a humilhação. "Recebo pedidos de clientes pedindo para eu chamar eles de corno, frouxo e inútil", detalha. Por outro lado, em sua vida fora da internet, também é adepta do liberalismo. "Gosto de deixar bem claro que o Camera Prive é uma extensão daquilo que vivo na vida pessoal com meu marido. Dou muitos chifres nele de verdade, tanto em baladinhas e também com meus amantes, com quem saio. A sociedade recrimina o meio liberal, como se fosse algo pervertido e do mal, mas no fundo o que importa é ser feliz e realizada com a pessoa que você escolheu amar", enfatiza.

Neste 25 de abril, o Dia do Corno deixa de ser apenas um símbolo de traição e passa a ser entendido como uma celebração da liberdade sexual, da confiança e do prazer consentido entre adultos. E, principalmente, como uma oportunidade para entender que fetiches não precisam ser escondidos – apenas respeitados

O Globo

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