Política
Opinião: Pré-candidatos a prefeito estão de olho em julgamento de RC
O recurso do Ministério Público da Paraíba (MPPB) contra a soltura do ex-governador foi colocado na pauta da Sexta Turma do STJ, pela ministra Laurita Vaz, relatora do caso.
Da Redação do Diamante Online
17/02/2020 às 14:37 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21
O frevo está na rua, nas prévias carnavalescas de João Pessoa, e com ele a busca dos pré-candidatos a prefeito por holofotes. Todos veem nisso uma possibilidade de ganhar capital político para, depois, tentar convertê-lo em voto. Mas todos têm consciência de que nenhuma estratégia poderá ser traçada sem antes saber se o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) será candidato. As rodas de conversas no bloco Tambiá Folia, neste sábado (16), não tinham outra pauta no centro das atenções.
E é simples entender: o socialista se tornou a principal liderança política da Paraíba, nos últimos 20 anos, e corre risco de voltar para a cadeia. Ele foi preso o dia 19 de dezembro, ao desembarcar de viagem à Europa. Foi alvo da sétima fase da Operação Calvário, apelidada pela Força-tarefa de Juízo Final. Coutinho foi solto dois dias depois com habeas corpus concedido pelo ministro Napoleão Nunes Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso volta à pauta da corte nesta semana, na terça-feira (18).
O recurso do Ministério Público da Paraíba (MPPB) contra a soltura do ex-governador foi colocado na pauta da Sexta Turma do STJ, pela ministra Laurita Vaz, relatora do caso. O colegiado conta ainda com a participação de Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro (presidente da turma) e Antonio Saldanha Palheiro. Eles vão avaliar se cassam ou não o habeas corpus que garante, atualmente, a liberdade ao ex-governador.
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), é um dos que defendem a tese de que ninguém vai se movimentar até saber quem serão os adversários. Sem poder mais ser candidato, ele concorda que será preciso esperar a decisão do STJ para aprofundar as conversas políticas. Do bloco ligado ao PV, Cartaxo diz ter quatro ou cinco nomes escalados. Vai aprofundar as discussões após o reinado de Momo. Em meio às prévias carnavalescas, esboça riso e faz cara de paisagem quando ouve alguém dizer que dezembro é depois do Carnaval.
Outro pré-candidato que esteve no Tambiá Folia foi Manoel Júnior (SD). O atual vice-prefeito espera o apoio de Cartaxo para a disputa, apesar de saber que será difícil consegui-lo. O gestor já disse que o nome a ser escolhido será tirado das fileiras do PV. Sobram nomes na base cartaxista, mas os mais fortes continuam sendo os dos secretários Diego Tavares (Desenvolvimento Social) e Daniella Bandeira (Planejamento). Mas o bloco fora da dicotomia Ricardo/Cartaxo também é grande.
Nas rodas políticas do bloco organizado pelo vereador Marcos Vinícius (PSDB), não faltam nomes para a disputa. Do secretário municipal Durval Ferreira (PP) a outro Ferreira, o Nilvan, há opção para todos os gostos. Passa ainda por Helton Renê (de saída do PCdoB) e mais uns dez pré-candidatos. Todos estão nas ruas e fazendo articulações. Nenhum deles, no entanto, ficará impassível em relação ao julgamento de terça-feira.
O consenso é o de que o ex-governador será candidato, se puder. As chances foram minadas pelos escândalos da Calvário, mas no staff socialista a disputa é vista como arena para a defesa política dele. Neste caso, as chances de vitória são relativizadas. Quem viver (ou sobreviver), verá.
Resumo PB
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