Saúde
Bombeiros fazem churrasco para comemorar curso e 21 deles pegam Covid-19
Até a data do churrasco, nenhum oficial tinha diagnóstico de infecção.
Da Redação do Diamante Online
25/07/2020 às 15:40 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21
Um churrasco para comemorar o fim de um treinamento do 1° Esquadrão de Aviação Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), realizado em Brasília (DF), em plena pandemia da Covid-19, resultou em adoecimento da tropa e efetivo reduzido no atendimento à população. No total, 21 militares foram infectados por coronavírus após a celebração, sendo que dois tenentes precisaram ser internados e 10 profissionais já se recuperam da doença, de acordo com nota enviada ao Metrópoles pela própria corporação.
O evento gerou um processo para que o caso seja investigado. O pedido é do chefe do Comando Especializado da corporação, tenente-coronel Bruno Tempesta.
No documento, encaminhado ao comandante Operacional do CBMDF e aberto no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), o tenente-coronel Tempesta pede a apuração da possível prática de transgressão disciplinar na realização de churrasco. Por trás do evento, segundo ele, estaria um “desejo fútil, irresponsável e egoísta de se aglomerar, além de arriscar a vida de muitas pessoas.”
O oficial diz no texto ter chegado a seu conhecimento que o churrasco ocorreu em 25 de junho, na casa do pai de um capitão lotado no Grupamento de Aviação Operacional (Gavop). A reunião foi para comemorar o fim do treinamento e a adaptação de voo operacional da aeronave EC 130 B4, de resgate, que começou no dia 22 de junho.
EFEITO CASCATA:
Até a data do churrasco, nenhum oficial piloto do Corpo de Bombeiros tinha diagnóstico de infecção por Covid-19 ou estava afastado pela doença. Porém, quatro dias depois, em 29 de junho, o próprio anfitrião da festa e um major entraram de atestado por sete dias devido à suspeita da doença.
Em 30 de junho, o tenente-coronel João Antônio Menagessi Neto também apresentou atestado por suspeita de Covid-19. Os casos começaram a surgir dia após dia e foram confirmados por meio de teste. Em 6 de julho, já eram 10 pessoas infectadas. Todos com atestado e, segundo o pedido de investigação, “com possibilidade de nexo causal com o churrasco realizado no dia 25 de junho com os militares.”
Em 9 de julho, o Comandante do 1° Esquadrão de Aviação Operacional (1° ESAV), Lúcio Kleber Batista de Andrade, foi indagado sobre o evento. Em seu pedido de apuração, o tenente-coronel Bruno Tempesta relata que fez questionamentos por meio de ligação telefônica ocorrida às 17h20 daquela data.
Metrópoles
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