Sertão
Sertão tem maior número de resgatados trabalho escravo na Paraíba
Entre 2003 e 2019, 874 paraibanos ou radicados na Paraíba foram encontrados em condições análogas à escravidão em vários estados do país.
Da Redação do Diamante Online
03/08/2021 às 17:23 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21
Os municípios do Sertão da Paraíba têm o maior número de pessoas submetidas ao trabalho análogo à escravidão em outros estados do país. Além disso, 88% das vítimas resgatadas são analfabetas ou com ensino fundamental incompleto e 46% são negras.
Os dados são do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho – SIT.
Entre 2003 e 2019, 874 paraibanos ou radicados na Paraíba foram encontrados em condições análogas à escravidão em vários Estados do País. As cidades paraibanas com maior número de paraibanos naturalizados resgatados em outros estados durante o período foram Patos (65), Pombal (55), no Sertão, e Araruna (24), no Brejo.
Quanto às cidades de residência, os principais municípios onde os resgataram declararam residir foram Patos (67), Juripiranga (32) e Pombal (22), todas no Sertão. No ano de 2020, a cidade de Tavares, no Sertão paraibano, foi a terceira do Brasil com maior número de traficados para o trabalho escravo.
Um dos últimos resgates de paraibanos aconteceu em julho na periferia de Fortaleza, no Ceará, de onde foram resgatados 11 trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão. Eles eram de São Bento, Catolé do Rocha e Brejo do Cruz, no Sertão.
O resgate foi realizado durante uma ação fiscal realizada por uma equipe integrada por auditores fiscais do Trabalho, por uma procuradora do MPT e agentes da Polícia Federal.
Para o procurador do Trabalho Marcos Almeida, a pandemia da Covid-19 só tende a piorar esse cenário. A causa é o aumento do desemprego, da desigualdade e da pobreza. Isso deve agravar as condições dos mais vulneráveis e aumentar o ciclo de aliciamento e exploração. Ele ressalta a “implementação eficaz de políticas públicas” para combater esse crime.
“É importante que a atuação dos órgãos públicos envolvidos com a questão ocorra de forma conjunta, integrada e articulada. Além disso, é imprescindível a participação e o envolvimento direto da própria sociedade civil, bem como a implementação eficaz de políticas públicas e programas sociais voltados justamente às pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social”, afirmou.
G1 PB
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